Vós dizeis que era sujo, porque agora a água vos escorre pela pele. Dizeis que era aborrecido, pois agora vos perdeis na ilusão desses fios não sentidos, pedaços de um lugar nenhum, e vós achais interessante, para esconder o buraco vazio em vossas almas sem lugar. Dizeis que havia doenças, pois agora tenhais medo, não tendes a coragem louca de correr à chuva. Dizeis que havia pobreza, quando agora são ainda mais pobres. Para além de pobres desses pedaçoes de vós doirados, são pobres de vós mesmos. São pobres e vazios e pobres e vazios hão de morrer.
Eram povos supersticiosos, eles, eram sim. Eram povos injustos e presunçosos, mas não eram mais que vós. Eram o reflexo genuíno do que vos custa a aceitar que sois. Por isso escolher entre vós e eles, na verdade, não é tão difícil assim.
Por isso parai de me cortar as asas, parai de apregoar esses defeitos sempre novos. Parai. Eu entregar-vos-ia tudo o que tenho, se por vós pudesse trocar a visão de um castelo.
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