Olha para mim!

Já olhaste para mim? Não olhar para mim nessa expressão de cansaço assimilado, conhecimento queimado de um fogo em sentinela marinha, interesse crescente no pôr-do-sol inconstante!

Olhar para mim com olhos de querer, olhos de ver, olhos de ser

Olhar para mim de cabeça erguida e esperança presente nas contorções das árvores enquanto o vento as afaga abruptamente,

Olha para mim!

Ridiculariza o meu nome que é já um instante fogaz, com um toque de nada e um pequeno segundo entreaberto!

Eleva os meus olhos ao capitólio dos teus receios, acima da tua fronte torcida em lentos dias procurados orgulhosamente!

Nomeia os meus lábios inconstantes de medo criado de chama ardente, fria, forte, mais do que vulgar, quente,

Crê, procura, olha para mim com orgulho de me ver! Traz ao meu semblante um novo estilo, sotaque, um novo poder!

Vê, vê a minha sensibilidade distorcida e a minha raiva trazida pelo tempo,

Vê a minha face quando explode em largos sentimentos e falas escritas outrora,

Quando os meus braços praguejam o ser insanável que sou,

Quando a minha expressão é pouco mais que puro comércio endoidecido e por trás se esconde o amor e a paixão,

Vê-me a representar, de tronco leve e frágil erguido no palco, ou atrás das câmaras traiçoeiras que não passam de um mistério controlável,

Vê-me, crê, olha para mim!

Porque tens de ser assim?

Vê-me quando sou em mesma e nada mais poderás desejar,

Ver-me-ás como eu sou, sem querer, sem planear

Ouve todos os gritos que sussurro, senta-te e escuta o clarim,

Perde-te nos momentos vorazes de dúvida e hesitação

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Olha para mim!