sábado, 2 de julho de 2011


Por vezes perdemos o controlo. Temos raiva. Raiva do que está à nossa volta, raiva dos outros. Perdemos o controlo, levamos o nosso ser à exaustão. Distanciamo-nos completamente de nós.
Quem é que nunca se agarrou a si próprio e gritou, quem é que nunca se arrependeu profundamente de algo, quem é que nunca se perdeu em si mesmo pensando em coisas que fez? Quem é que nunca pensou que algo que fizera não tinha, na verdade, sentido...?
E por isso perdemos o controlo de tudo. Perdemos principalmente o controlo de nos controlarmos a nós. Abandonamo-nos. Deixamo-nos a vaguear pela rua sozinhos e perdidos no nosso próprio perigo.
Não sabemos lidar connosco. Lidamos mais facilmente com os outros. E é por isso que a raiva se apodera de nós e perdemos o controlo da forma que perdemos. E é por isso que nem nos compreendemos. Somos totalemente imprevisíveis e incontroláveis. Porque nós, na verdade, nunca sabemos mesmo quem somos.

10 comentários:

Anónimo disse...

O que somos? Esta é uma dificílima pergunta, até porque encerra desde logo um problema: para se definir alguma coisa temos de a «parar», de a ter ali por uns momentos, na totalidade. Ora, isso não é possível connosco...estamos em permanente mudança, evolução, caminho. Mas não concordo que sejamos completamente incontroláveis e imprevisíveis...há muito de padrão em nós...e há uma dimensão mais «racional» que se encarrega de regular parte das nossas emoções. Agora é verdade, sim, Sofia, que muitas vezes nos sentimos um turbilhão, mas repara: isso é a Vida...
(IM)

common courtesy disse...

A sério? Até sou capaz de concordar... engraçadao... há coisas que nunca faríamos porque não estão dentro do habitual, do normal, do decente. Mas algo se pode passar na nossa cabeça, e fazer-mos algo completamente radical, diferente, original, enfim, imprevisível. Sem qualquer nexo, padrão ou obrigação. É por isso que acho que somos imprevisíveis. Podmos mudar de opinião radicalmente.

daniela fernandes disse...

Como podemos conseguir lidar bem com aquilo que não conhecemos? Pois, não lidámos. Ou fazê-mo-lo mal, muito mal.. E demora até acertar, se chegarmos realmente lá :)
E depois há a questão de seguir o padrão.. O humano gosta do que é fácil, e então, achamos bem mais fácil (e seguro) seguir um caminho já trilhado pelo outro, do que fazer um nosso. Sozinhos e pela primeira vez...
Por isso seguimos muitos os outros, olhamos para o lado, para fazer igual, o que costuma dar para o torto :/
bjs,
daniela fernandes

Joan disse...

Podemos perfeitamente lidar com aquilo que não conhecemos. Esta liderança varia de pessoa para pessoa. Já lidar com humanos que desconhecemos é que é um pouco mais complicado, são imprevivíveis, traiçoeiros e temos uma tendencia para "renegar" aquilo que nos é desconhecido. E nunca podemos tomar um pelo todo (embora sigam a maior parte das vezes a mesma tendencia)
Bjs,
Joan

common courtesy disse...

É verdade, hoje em dias temos dificuldade em ser genuínos, sempre com medo do que os outros possam pensar... :)
Bjs

common courtesy disse...

Pois é Joan, e mesmo por vezes pensamos conhecer as pessoas e não as conhecemos... mas isso também não poderá acontecer enquanto não nos conhecermos a nós próprios...
Bjs

marisa disse...

Não foram bem férias, foi só um dia de passeio. agora tenho que voltar ao estudo para os exames :s

common courtesy disse...

Pois... os exames devem ser seca... sabes que eu ainda não faço, claro...
Bjs

agfjhdsbf disse...

obrigada, tambem estou a gostar muito do teu(:
acho que tens razão em tudo o que disseste, obrigada.
(gostei muito deste texto.)

common courtesy disse...

:) Obrigada
Eu gosto de fazer esse grandes comentários, fazem parte da minha existência, tenho sempre de dizer tudo o que penso. Mas por vezes não digo... cobardia. Já o meu avô dizia, antes de falecer "Penso em tudo o que digo, mas não digo tudo o que penso". Eu sou assim, também, mas por vezes não. Por vezes digo tudo o que penso sem pensar.
Bjs :D o teu blog está demais
OBRIGADA
Bjs,
Sofia