"I'm so sorry, I forgot you, let me catch you up to speed. I've been tested like the ends of a weathered flag that's by the sea."
sábado, 2 de julho de 2011
O tempo brinca connosco. Demasiado. Demasiado para o que devia.
E passa rápido. Excessivamente rápido. Não há tempo para chorar, não há tempo para rir, não há tempo para pensar.
A ausência é um peso que todos carregamos a partir de um momento que parecemos todos nunca saber ao certo quando foi. Parece por vezes muito distante, e por vezes muito perto...
Talvez a nossa vontade seja essa. Que a realidade são seja tão dura e frontal. Talvez isso influencie.
Talvez a nossa mente seja tão forte e poderosa que literalmente controle tudo à nossa volta. E há tão pouco tempo para isso tudo aconteça. Nem sequer temos tempo para planear, quando mais para controlar algo?
Apenas se pode chorar quando há uma razão. Um razão que varia de alma para alma, de pessoa para pessoa. Uma razão não aparente e por vezes tão drástica quanto inexistente. Uma razão que simplesmente não existe, porque o que para nós é motivo, para outro alguém é um perfeito absurdo, um pecado sem nexo nem fundamento. E quando essa razão finalmente se torna clara para todos imbate como uma bomba e nem dá tempo para a assimilar. Enquanto estamos a chorar alguém por trás da nossa dignidade comenta cada passo que damos e critica: "Aquele assunto já enjoa"... ou... "aquilo já passa". Passa? Passa? Ainda nem tivémos tempo para verter uma lágrima em condições e já estão a implorar para que passe. É o tempo. Mais ninguém.
E nem para rir há tempo... "já perdeu a piada". O tempo perdeu a piada. O tempo literalmente morreu, e o tempo altera tanto que até a própria morte ele alterou... criando tempo para morrer, tempo esse que rezamos sempre para que não chegue. E por haver tempo ele se torna imortal. Intemporal. Apenas nós somos mortais e obedecemos ao tempo. Estupidamente estamos sempre a fazê-lo, temos sempre pressa. Pressa de desiludir um assassino que tenta a toda a hora matar-nos com o seu preverso e maléfico coração intemporal.
Não há tempo. Nunca houve tempo. O tempo matou-se a si próprio. Antigamente não éramos nada, éramos um estilhaço no tempo, um vidro partido desastrado morto e envenenado. E a partir do momento em que o tempo cavou a sua própria sepultura, cavou a de nós todos. Matou-se a si próprio. Manteve-se intemporal, imortal, privando-nos de o ser também. Porque nós o criámos. Pobre e mal agradecido. É o que ele é. Esse assassino maléfico e imortal.
Nem para escrever há tempo. Não há tempo para criar tempo. Não há tempo para se ser tempo, para pensar no tempo. Porque não há tempo. Nem nunca houve.
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2 comentários:
Tinha aqui um coisa certinha para te dizer, e às tantas fui ao facebook, e já sei foi...
hmm...
O tempo é mesmo algo que não se controla! Não dá! Ele vai passando, e nada podemos fazer.
O tempo passa.. movimenta-se, mas em relação a quê? Pode ser confuso isto de o tempo passar. Mas as coisas movimentam-se sempre em relação a um referencial.. O carro move-se em relação a ti que estás no passeio parada, mas mantem-se em repouso em relação ao movimento de rotação da terra (isto é fisica, nem sei se já deste. O quê que ela me veio para aqui dizer? Já pensas tu..) mas só para dizer que o tempo move-se... Move-se em relação ao presente, ao agora.
Depois há o pequeno promenor de ser irremediável o que fizemos.. porque o tempo não volta... mas, se voltasse seria melhor? não creio!
qto mais pensas no tempo, mais tempo perdes..
Ah ah ah ah, deixa lá...
Sim, está desacansada que eu percebi o que querias dizer... :)
E é verdade, o passado está tão traçado quando o futuro, ou até mais.
:) Bj
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