Por entre caminhos de silêncio
E brisas tristes
Alguém animava sempre o dia
Alguém que já não está aqui,
Alguém que já não existe.
“Consigo ver-te”
“Consigo abraçar-te”
No pensamento de não ser ninguém.
“Consigo lembrar-te”
“Consigo chorar-te”
Na perspectiva de ser alguém.
De verdade, sabia
No fundo da alma
Que a tua presença
Jamais se retomaria.
E há almas que não se esquecem
E ruas que se percorrem
Para lembrar alguém
Que simplesmente se tornou um anjo.
Anjos que comunicam connosco,
Anjos que sentem o bater do nosso coração,
Anjos que choram connosco,
Anjos que não se apagam,
Com a morte do tempo,
Com falas em vão.
Humanos, simplesmente humanos
Humanos que já não o são.
6 comentários:
Mensagens, ocultas no silêncio, que me fazem pensar, sorrir, chorar e...acreditar.
Angel, parabéns, tens um enorme potencial!
Aguardo um livro.
bjnh
Obrigada, realmente são mensagens innesquecíveis e silenciosas, mais fáceis de perceber que por mil palavras escritas.
O livro está a caminho! E já está muito perto do fim!
BJS
Hão almas que, efectivamente, não se esquecem...
And remember "life is eternal"...
PS: Tens um enorme talento! Parabéns! Continua a mostrar-nos coisas assim.
Exacto, e este poema tenta, sim tenta, porque um poema nunca tem só uma intrepretação, mostrar isso. Que as almas nunca se esquecem, da mesma maneira que nunca acabam. Os anjos figuram a eternidade, dos falecidos que cuidam de nós, que nos vigiam. Que nos sentem, que comunicam connosco, que partilham os nossos sentimentos, que não se deixam abater. Que estão presentes, sempre presentes. E isso não me assusta. Nada. Reconforta-me, descansa-me. Faz que com nunca me sinta sozinha, ao mesmo tempo que decido quando estou ou não, estando sempre a ser vigiada, na mais clara privacidade.
OBRIGADA
BJS
ANGEL
Os poemas, de facto, não são entendidos objectivamente. Mas isso por um lado é bom, deixa-nos escrever sem que ninguem perceba, efectiva e exactamente, aquilo que sentimos.
Nem deve assustar, faz parte da vida.
Beijinhos,
Joan
É essa a verdade. A poesia deixa-nos escrever o que queremos, sabendo que os outros intrepretarão de outras formas, ajudando também os outros. E é na poesia que encontramos também a crítica, que muitas vezes é levada a mal, mas que temos de suportar. Escreve-mos. Corremos o risco.
BJS
ANGEL
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