"I'm so sorry, I forgot you, let me catch you up to speed. I've been tested like the ends of a weathered flag that's by the sea."
quarta-feira, 25 de novembro de 2015
Este velho carro preto está parado no trânsito, e a mim parece-me ver a tua sombra em todo o lado. Os meus olhos procuram desesperadamente por ti, mas evito-te se sei que posso. Os braços da tua sombra estendem indefinidamente como as garras de um monstro e eu olho para as figuras no asfalto. Acelero. Travo. Sinto que flutuo no universo longe desta estrada infernal. Não sei o que sinto.
Vivi, talvez. Agora sinto tudo à metade. Agora, é só fantasmas naquela mansão velha. Quem diria que o velho Mcquere morreria daquela forma. Apesar dos tempos que passou estendido na cama, o quarto que fedia do seu suor, as janelas apenas entreabertas para ele não apanhar uma febre, a botija de água quente sobre a sua testa franzida numa expressão carregada de quem já estava farto de respirar sem motivo. Mesmo assim, havia algo que me fazia acreditar no Mcquere que era de certa forma invulgar e, no entanto, uma manhã, sabes bem, entrei no quarto e havia silêncio.
Perdi talvez muito. Se calhar, não perdi nada. Tenho, no entanto, aquela sensação de o que quer que eu tenha perdido, não recuperarei dia algum. Tenho a sensação de que algo se perdeu dentro de mim, ou se transformou, ou algo estranho.
Aqueles dias estavam a saber-me tão bem, mas esmureceram. Assim, do nada, como se tivessem esse direito.
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