Desenho constelações com a minha sombra
Engulo a água enquanto ela cai do céu e eles fogem para as suas casas.
Assusto-me com o som ensurdecedor das moedas que rompem o chão
Porque as grades e as rodas e os palcos me assustam.
Mas tenho a certeza de que não terão o desplante de me tocar
E em cada ruído encontro uma réstia de humanidade.
Nas minhas mãos geladas tremem rascunhos de um arco-íris
Que eu desenhei com o pó que juntei debaixo de uma porta.
E nos meus pés feridos brilha um pedaço de vidro
Que pisei enquanto saltitava nos bastidores de uma mentira.
Talvez os meus olhos sejam suaves e desguarnecidos,
Porque perseguem gafanhotos antes do sol nascer
E se perdem nas traseiras do minimercado em restos de iogurte.
É porque fazem aviões com nuvens de pólvora
E tropeçam em pontes de verniz manchado.
Talvez na minha face não reine a beleza comercializada
Porque não paro um segundo para voltar atrás
Porque o mundo me persegue e fujo dentro da minha própria casa
Às lanternas acusadores de homens mascarados de garras.
Talvez no meu olhar reste apenas o ar confuso e jovial,
Que arraso com as unhas ensanguentadas contra uma porta fictícia,
Revivendo a era em que cada gota de chuva era uma faísca de uma lareira natalícia.
8 comentários:
está lindo *
escreveste-o "por causa" do Gaspar? :d
obrigada*
sim, foi :)
ele na última foto, parece ainda mais reguila e fofo :D
mesmo! chegaste a vê-lo a andar de um lado para o outro no carro? xD
Como é que querias que visse? xD
Eu só vi uma foto dele no carro e, a sério, ele estava um máximo ahahah
xD ahaha pois estava!
(pelas fotos -.- ahaha)
só vi uma xD
ah okay xD
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