- Ai, os dois? Mas este não era polícia?
Sarah deu um murro na mesa, olhando o professor nos olhos.
- Conte-me a história em menos de um minuto.
- Bom… o Gabriel era um miúdo terrível, com um pai terrível. Muitos diziam que eu cismava com ele, desfavorecendo-o em relação aos outros alunos o que, eventualmente, podia até ser verdade. Tenho a certeza de que, pelo menos, odiava o miúdo e de que, para mim, a morte dele não significa nada mais do que uma carteira vazia na sala do 7ºF.
- Sabe se Gabriel McCartney era vítima de bullying?
- Não era da parte dos da turma dele, porque na turma ele representava o papel do engraçadinho. Mais depressa gozava ele os outros do que os outros o gozavam a ele.
- E as outras turmas?
- Por vezes em via o Gabriel com uns rapazes do nono ano, e a forma como o tratavam não era muito simpática.
- Nono ano? Que turma?
- 9º A, julgo.
- Com quem é que o Gabriel costumava andar, da turma dele?
- Com uns rapazitos e duas raparigas muito amigas dele.
- Nomes.
- Sónia Nogueira, Rita Magalhães, João Almeida, Ricardo Santos e Luís Pinto.
- Anota, Mikes. – Sarah falou-lhe decentemente, pela primeira vez. Já era um começo… talvez…
- Algum dia fez alguma ao miúdo?
- Já não se podem detestar as pessoas!?
Eduardo levantou-se furiosamente da cadeira e precipitou-se a sair.
- Pois, não me parece que vá ser já.
- Sente-se. – ordenou Mikes.
- Que razões teria eu para querer matar o miúdo? E porque raio é que haveria eu de saber alguma coisa acerca das coisas estranhas? Deixem-me ir, tenho aulas para preparar!
- Eu também tenho muitas armas para carregar.
- Mikes!
Eduardo não dizia mais nada.
- Não ma parece que tenhamos sucesso. – os dois saíram da sala.
- Também não me parece que Bernardo Lopes tenha muito para dizer… - comentou Louise.
- Eduardo!
- Não me corrija, Agente Korn.
- Certo…
- Quanto à reunião, demora dois minutos: a partir de agora, há duplas e… parceiros. Peter e Adam, tratem de trazer cá John McCartney para interrogatório. Sarah, Thomas, interroguem aqueles miúdos na escola. Do outro garotito trato eu.
Sarah colocou uma pistola nas algibeiras.
- Não me parece que vá precisar disso, Agente Sarah. São crianças.
Sarah franziu o sobrolho, murmurando:
- Não era necessariamente para as crianças…
- Vá lá, aquela era para mim?
- Talvez…
- Planeavas dar-me um tiro?
- Nunca se sabe…
- Ah, nem comento!
Sarah sorriu.
Bateram à porta da sala de aula.
- Sarah Korn, SCI.
- Thomas Mikes, Polícia de Nova Iorque.
- Entrem, entrem… estamos aqui a dar as conjunções…
- Hum… pois… professora, pode chegar aqui um minuto? - Sarah sorriu ao seu parceiro.
- Claro.
- Precisava que estes alunos me acompanhassem. – disse Sarah, entregando uma lista com os nomes dos alunos à professora.
- Vou só chamá-los.
A professora entrou na sala, fechando a porta.
- Já que estamos aqui no corredor… sozinhos, e… não está aqui ninguém… vai-me falando de ti.
- Porque não me falas tu de ti?
- Ah, sou um polícia. Já fiz segurança nos International Emmy Awards.
- Foi aquela novela portuguesa que ganhou.
- Sim… e vá, fala-me tu de ti.
- Olha, vem aí a professora.
Mikes sorriu discretamente.
- Já estão aqui.
- Vamos?
Enquanto Sarah caminhava graciosamente pelo corredor, Mikes ia falando com os outros rapazes sobre assuntos que, de certeza, Sarah não poderia ouvir.
Deixaram o primeiro miúdo entrar na sala.
- Tu és o... Luís?
- Yap.
- Diz-me, conhecias bem o Gabriel?
- Sim, costumávamos jogar basket-ball juntos.
- E o que é que faziam para além disso?
- Asneira.
- Só pode.
- Mikes!
- Diz, Sarah.
- Deixa-me trabalhar.
- Hum, que profissional.
- Hum, que parceiro.
O miúdo olhava para eles, como quem guardava uma pergunta.
- Ser agente federal é assim?
- Depende dos parceiros.
Sarah lançou um olhar a Mikes.
- Rrrrrrrrrrrr...
O miúdo conteve-se.
- Bom, algum dia o Gabriel demonstrou algum comportamento estranho?
- Por vezes ia ter com uns do nono ano.
- Sabes o que ele costumava fazer quando estava com eles?
- Ele por vezes falava-me de uma mulher.
- O que é que ele dizia?
- Ele não dizia muito coisa, mas por vezes andava preocupado.
- Preocupado?
- Parece que lá os amiguinhos andavam metidos em sarilhos nos quais ele não se queria meter.
- Ele faltava às aulas?
- Oh sim, muitas vezes.
- E então que razões tinhas tu para ser amigo dele? Se ele era assim tão má influência...
- No fundo ele era muito boa pessoa, o problema dele era o pai.
- Conhece-o?
- De vista, mas pelo que ouço não me parece que seja flor que se cheire.
- Isso nós... já percebemos.
Sarah sorriu a Mikes, que olhava para ela com uma cara estranha.
- Há alguém que consiga explicar porque é que o Mikes está com esta cara neste momento?
O miúdo voltou a conter uma risada.
Mikes sorriu também, piscando o olho ao rapaz.
- Obrigado, já podes ir.
O miúdo saiu e fechou a porta.
- O senhor sabe quem poderia querer matar o seu filho? – interrogou-o Peter.
- Apostava o meu dinheiro todo em como foram aqueles do nono ano.
- E o senhor consegue explicar os comportamentos das crianças?
- Acordaram para o Mundo.
- Não acha que é um bocado estranho?
- Só um bocadinho…
- Pois, a mim parece-me bastante.
Louise entrou na sala, deixando que o miúdo falasse.
- Ele anda a ameaçar essas crianças para se vingar das que mataram o filho.
John McCartney olhou surpreendido para o rapaz.
- A Louise tem mesmo poder de persuasão, não tem?
- Parece que sim, Agente Cullen.
- E agora vai ter muito que explicar-nos.
Passaram-se longos minutos de silêncio, até que John começou a falar:
- O meu filho estava a ser levado por maus caminhos, por esses do nono ano. Andavam metidos com uma mulher de que eu não gostava nada, nem nunca gostei. E quando isso aconteceu, eu tomei a iniciativa: mais ninguém seria vítima de bullying. Então a partir daí tenho tratado de abrir os olhos a quem os tem fechados.
- Com que razão?
- Não interessa.
- Com que razão???
John suspirou.
- Eu também fui vítima de bulling! Também a mim me estragaram a infância! E ao meu filho, ao meu filho não fazem.... não era suposto terem feito o mesmo! Deixei fugir este filho das minhas mãos....
Começou a chorar...
- ... mas não deixarei fugir mais ninguém que eu ame!
- Mr. McCartney, acalme-se. Sabe os nomes dos rapazes do nono ano?
- Sei. Mas agora, vão prender-me?
Eu não matei ninguém!
- Sacrificou crianças inocentes!
- O meu filho também era inocente!
- E as outras?
- TAMBÉM!
- Então, porque...?
- Eu amava o meu filho!
Por instantes, houve silêncio.
- E agora? O que vai acontecer aos rapazes? E a mim, o que vai acontecer?
- Vai responder ao resto das minhas perguntas.
- Miss Anderson e Mr Lennon, investiguem esta rapariga. - ordenou Louise, entregando uma foto da mulher aos dois. - E é para investigar, hã?
- Len, sabes da Sarah e do Mikes?
- Estão em missão, foram à escola, julgo.
- Que pena.
- Porquê?
- Assim não tenho ninguém com quem falar.
- Obrigado pela parte que me toca. E não sei com gostas de falar com a Sarah.
- Len!
- Com a Sarah?
- Len!
- Oh, oh, vá lá... com a... com a Sarah!
Louise sorria.
A mulher estava num café, meio sentada num banco a beber uma cerveja.
- SCI, boa tarde.
- Polícia de Nova Iorque.
- Ui, polícias… - comentou ela, levantando-se.
Um homem que lá estava sentado, visivelmente bêbedo, tentou aproximar-se de Sarah, que lhe torceu o braço:
- Então não?
- Tu, - disse Mikes – vem connosco.
Interrogaram-na dentro do carro.
- Para onde me vão levar?
- Para lado nenhum. E também não iríamos muito longe com a Sarah ao volanete.
- Não questiones o meu talento.
- Pois…
Então, explica-nos lá, que fazias tu com os miúdos?
- Conhecemo-nos à noite, numa discoteca, e a partir daí começamos a encontrar-nos.
- Informações novas, de preferência.
- Sarah!
- Se não fala a bem, fala a mal! - disse Sarah, apontando-lhe uma pistola.
- Eles tentaram que Gabriel fizesse o mesmo, e precisamente porque ele não quis começou a ser gozado por tudo e por todos.
- E tu tens mais algo a ver com eles do que apenas encontros à noite?
- Não, apenas isso.
E regressaram ao SCI.
- Venham cá em cima, por favor! – chamou Sophie.
- Essa rapariga chama-se Isabella Watson, mais conhecida por Bella. Tem frequentado diariamente o bar e… sim, ela está a dizer a verdade. Todos os que, habitualmente, costumam lá ir, já confirmaram que, todas as noites, Bella Watson se encontra com rapazes diferentes, geralmente mais novos.
Já nem era preciso mais nada. Com um interrogatório rápido aos rapazes, o crimo ficou solucionado.
E depois Louise tratou de marcar uma reunião com o director do colégio.
A equipa descansava sentada nas suas secretárias, que agora eram quatro. Adam jogava futebol com os dedos com Peter, Mikes olhava para Sarah e ela bebia um sumo (outro).
- Sensual, desarrumada e viciada em sumos. – comentou Mikes, lançando-lhe um sorriso.
Ela encolheu os ombros, rindo-se.
- Estiveram muito bem nesta missão, tão estranha… não é? Amanhã já voltamos para Las Vegas. Aproveitem bem este vosso último dia em Portugal. – depois de o dizer, Louise foi-se embora.
Mikes levantou-se do seu lugar e sentou-se na secretária de Sarah.
- Talvez pudéssemos ir… ao cinema?
- Não me parece.
- Ao parque.
- Hum…
- À praia.
- À praia?
- Talvez pudéssemos ir beber uma cerveja…
-
Eu, e… tu…?
- Somos parceiros, e vamos festejar a resolução de um caso. Tão policial.
- Hum, hum… pois.
- Vamos jantar?
- MIKES!
1 comentário:
ei , estiveste bem, estiveste bem! boa segunda parte!
aquela parte do murro na secretária, típico da kensi e do adam ahahah
mikes, tal e qual o deeks: aparvalhado (num bom sentido), e com aquelas manias todas tipicas dele e só dele ahahah
sempre às turras aqueles dois ahahah , quanto mais me bates ... ai que mais gosto de ti ahahah
coitado do miudito, ali no meio de dois cromos engraçados ahahah ... acho que eu já não me controlava ahahahah
mikes, cheio de gracinhas, como sempre :D
tal como tinhas dito já aparecem os dois dos computadores em ação e bastante eficazes!
o mikes e as suas manias com a sarah ahahah, a fazer a ela à "cara podre" ahahahah
vamos lá ver como se continuarão a dar estes dois, agora que terão que trabalhar sempre juntos em dupla e em Las Vegas!
sinceramente, estiveste bem! estás aprovada! bom episódio! boa série de SCI xD ! está muito bom :D
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