Naquela viagem, tudo se transformara:
A estrada, ardia e queimava
Como o Sol que em fogo se transformara.
As curvas, pareciam não terminar
Como a Terra, girando sem parar
E a luz queimava o meu pensar
Impedindo-me de chorar,
Impedindo-me de gritar,
Enterrando-me em mim.
Queria muito
Parar, descansar,
Deixar as lágrimas destruir
A minha face entristecida
Com vontade de partir,
Para outro lugar.
Isso.
Apenas parar!
4 comentários:
Muito bonito...
Tu podes querer parar, mas de uma coisa tens que estar consciente... O tempo não pára.
Beijinho Sofia
O tempo nunca há-de parar, nem deve. É precioso, é único, é leve. Estava a falar de uma viagem dolorosa, a caminho de uma tragédia, e nessa viagem tudo parece diferente, tudo parece estar contra nós. Não incluí propriamente o tempo... mas é por isso que gosto da poesia. Eu escrevo-a e ela surpreende-me, porque cada intrepretação é uma novidade, e isso é fantástico e compensador.
O tempo vai-nos acompanhar sempre, mas isso é bom.. Cada segundo pode ser mágico, assim o queiramos, entendamos e aceitemos esse segundo como AQUELE único, primeiro, último segundo.
Eu confesso que tenho uma tendência estranha pela poesia também... Gosto de escrever, contudo não gosto de mostrar o que escrevo, embora já o consiga fazer para algumas pessoas. Mas gosto ainda mais de ler a poesia dos outros, não daqueles famosos poetas mas sim daqueles que, como a tua mãe diz em jeito de brincadeira nas aulas escrevem "entre linhas", gosto de ler essa poesia e de a modificar na minha mente as palavras que cada um toma como suas. Uma segunda leitura como tu dizes, é sem dúvida uma "vantagem" de poesia, a tal intrepretação própria como tu mesma referes. E os teus poemas dão para notar essa múltipla intrepretação que cada um podia ter.
Gosto muito de ler o que não está escrito, de ler nas "entre linhas" dos teus poemas também...
Tu és, sem dúvida, diferente. És crescida. Digo isto num sentido construtivo!
Um beijinho,
Joan
Obrigada! Eu sei, já me disseram isso! Mas eu não fico ofendida, claro. Até porque se algums pessoas me vissem quando estou com os meus amigos diriam que sou uma verdadeira maluca, doida, e sei lá mais o quê! Sou normal, mas há algo de sensível que me toca!
E, quanto ao tempo, tens toda a razão.
Agora, um conselho, um verdadeiro escritor não escreve para mostrar aos outros. Podes perfeitamente escrever e guardar tudo para ti, porque a escrita funciona como desabafo, até para mim própria! E acho que para toda a gente! Agora, se algum dia te pedirem para fazeres um poema, não hesites em fazer o melhor que conseigas, até podes perder a vergonha!
Olha, mas vou ser-te sincera: eu achava que não tinha a mínima hipótese de ganhar o concurso de literatura da escola... e até mandei o texto um pouco receosa, por vergonha que... sei lá... não gostassem. E admito que se não ganhasse ia ficar muito triste, porque embora não acreditasse que isso fosse possível, já tinha dado por mim a imaginar o meu nome a ser dito e a ir receber o prémio. A sentir aquela felicidade indescritível. E na verdade ganhei.
Guarda os poemas que quiseres guardar para ti, mas não hesites em dar o teu melhor quando isso te for pedido!
E se algum dia tiveres coragem para os mostrar,ainda melhor!
BJS
Inner Silence
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