segunda-feira, 13 de junho de 2011

Talvez sejamos apenas almas


Somos diferentes. Diferentes porque pensamos. Pensamos pouco ou pensamos demais.
Somos, na verdade, um livro aberto esperando por ser lido. Somos as suas folhas rasgadas, as suas letras estilhaçadas, o seu sentido trocado.
No fundo somos um vazio que não se preenche, uma escuridão incompreensível, um silêncio imparável.
Mas pensamos. Valerá, o que pensamos? Ou esquecemos?
Esquecer é uma palavra vaga, como nós, porque pensamos. E há assuntos que simplesmente são apagados, que não são tocados. Talvez isso seja o famoso "tentar esquecer".
Talvez seja isso que tem o nome de pessoa. Talvez sejamos apenas pensamentos que habitam em corpos.
Talvez nem sejamos nada.
Corpos que deambulam pela Terra, pensamentos que percorrem o Universo.
Talvez sejamos mais que a alma, mais que o espírito.
Simplesmente pelo facto de pensarmos.
E é por isso que tentamos esquecer, que caminhos deambulando e que olhamos pensando.

14 comentários:

Joan disse...

Somos um livro em aberto... Sem duvida. Um livro que vai sendo escrito, nao so por nos! Mas tambem por todos aqueles que se atrevessam na nossa vida e de alguma maneira, a marcam... Esses seres escrevem-nos no livro e por mais que tentemos apagar o que escrever, não conseguimos... A verdade está lá, "deep inside"...

common courtesy disse...

É verdade, essa do livro aberto foi uma pequena entrada para a escrita... :) Poucos escritores escrevem falando sobre a escrita... e por isso... escrevi isso!
E é verdade, por vezes, não somos sequer nós que escrevemos o livro da nossa vida...
Autenticamente verdade!!!

daniela fernandes disse...

Pois, pensamos...
Estou num momento em que não quero pensar. Quero esquecer.. Como se isso fosse possível . Mas, às tantas, peço isto porque sei que realmente não consigo esquecer, entendes? Se me dessem a escolher "Queres mesmo esquecer?" e fosse, de facto, possível eu seria cobarde e diria que não..
Ai Sofia, Sofia.. só queria que a minha cabeça parasse.. Parasse de pensar. Pensar pode realmente deixar-nos doentes :s

mais um fantástico texto, parabéns!!
beijinhos,
daniela fernandes

Joan disse...

Daniela, lembra-te que o importante não é o que os outros fazem de nós ... Mas sim o que fazemos com o que os outros fazem de nós.
Esquecer é impossivel e questiono-me, e questiono-te a ti Daniela e a ti, Sofia... Até que ponto esquecer seria bom? Afinal... São as coisas ´menos boas que costumamos querer esquecer, mas são essas mesmas coisas que nos ensinam algo mais e nos fazem, de certo ou total modo, crescer ...

Beijinhos,
Joana

common courtesy disse...

É verdade Daniela, o pensamento prende-nos. Queremos esquecer, dizemos mal, mas ao mesmo tempo temos medo de depois não nos lembrar-mos, e que isso de alguma forma nos afecte, porque no fundo nos afecta.
Um conselho: nunca tentes esquecer. A melhor forma de crescer é aprender com o que acontece, tirar partido de cada segundo. Se o esquecer-mos, a nossa personalidade não fica moldada e sentimos um vazio grande porque querermos saber de algo que não sabemos. Por exemplo, quando nos esquecemos de uma simples coisa que íamos a dizer ficamos com uma raiva de morte! Imagina esquecer um acontecimento!
Nunca queiras esquecer, mais uma vez: pensar puxa a doença mas cria a cura. Esquecer é o remédio que criará uma doença que jamais terá cura. É um esquecimento. Um apagão na memória. Um vazio que não se pode preencher. Enquanto que o pensamento pode ser retardado, apagado, suspendido, esperando por uma solução que virá um dia, seja de que forma for, o esquecimento não tem volta a dar.
Espero ajudar-te com isto, seja qual for o teu problema.
Sabes que podes confiar em mim.
:)
Mts bjs
Sofia

common courtesy disse...

Grande frase Joan! Muito bem! :)
Concordo plenamente com o que dizes, e o comentário que fiz em cima também serve para ti, claro.
Mts bjs para ti também,
Sofia
:)

daniela fernandes disse...

Tu cada vez mais me deixa sem palavras, Sofia! De onde é que tu saíste? :p
Sim, tens toda a razão no que dizes. Não posso deixar de concordar.. E, podes ter a certeza, de que de certa forma ajudaste.. Acalmas-te a alma com essas tuas palavras. Muito obrigada, e sim sei que posso. Obrigada por isso também.
Beijos,
daniela fernandes
:)

daniela fernandes disse...

Joan .. Pensei mt nisso hoje .. " O importante não é o que os outros fazem de nós ... Mas sim o que fazemos com o que os outros fazem de nós".
Mas como se não consigo, de certa forma, controlar?
Quero agir de uma maneira, tentar passar por cima, mas não dá. Este vazio não deixa !!
bjs amiga :)

common courtesy disse...

De nada, fico contente por te ter ajudado. As pessoas dizem que estou sempre a fazer isso... e então quando estou de bom humor! Como hoje! Hoje, em a.p., apresentamos o filme que acabámos à pouco tempo (um filme em que eu sou a vilã e mato uma pessoa...) e de seguida em c.n. apresentámos o trabalho de ciências (tínhamos que dar a aula, o nosso grupo) e era eu que estava a falar... bem... expliquei bem e ainda mandei uma série de piadas que até a stora se riu... foi demais! Estou especialmente bem-disposta!
Bjs

daniela fernandes disse...

Pois bem, isso deve ser contagioso!! Já está tudo bem comigo, e também eu estou muito bem disposta :D
Bem, tu ? Vilã? Assassina? Muito bem eheheh que perigo ehehe
bjs

common courtesy disse...

Ainda bem!!!! He he he!
Ah... e quanto a isso...
As pessoas não sabem (algumas) que eu tenho um geito de morte para fazer de vilã... e uma fixação!!
Bjs,
Sofia

Anónimo disse...

Ai meninas...eehhehe...
Daniela, Joana, Sofia...nós somos memória. O que nos constitui é a memória...os mais simples actos básicos dependem da memória...como é que se veste uma camisola, se lavam os dentes, onde é que está o telemóvel, como é que se chama x ou y...tudo depende desse convés mais ou menos sinistro onde registamos as coisas. O que somos? Quando queremos procurar responder a esta pergunta recorremos a quê? À memória...ao que fizemos, ao que nos aconteceu,ao que registamos...sem memória não seríamos. Tudo nos constitui e o Sartre estava cheio de razão...o que o outros fizeram de nós, está feito e, mal ou bem, constitui-nos, enraiza-nos. Mas daqui para frente cabe-nos a nós saber como lidar com isso...que linhas mexer, que linhas deixar ficar.
(IM)

Joan disse...

Pois é Sofia, essa frase foi dita pela tua mãe e vai ficar-me sempre na cabeça (a menos que a MEMORIA me falhe) ...
Daniela... De onde é que a Sofia veio? Isso nem se pergunta, eheh. Mas é verdade tu, Sofia, tens uma capacidade incrivel de perceber, relacionar... Nem sei, ha algo diferente em ti.
Professora, mas como mexemos nas linhas? Ou como deixamos ficar umas e outras não??

common courtesy disse...

É verdade... nem sei mais que dizer.
E obrigada Joan por dizeres isso... a sério. Mesmo...
:)
Bjs