quarta-feira, 18 de maio de 2011

Olhos do Mundo onde antes estivera eu

Indescritivelmente sinceros
Drasticamente verdadeiros
Aqueles olhos não eram os últimos
Mas também jamais seriam os primeiros.

De uma profundidade anormal
De uma beleza invulgar
Apenas tentavam descrever algo,
Algo que eu não queria deixar.

Não sabia o que dizer
Perante reflexos de mim,
Não sabia como olhar,
Para olhos assim.
Espelhos nítidos
Do Mundo de onde vim.

Não sabia como agir
Perante espelhos do meu ser
Não sabia o que esperar
Nem conseguia entender.

E tanto que lhe queria perguntar
E tanto que ainda queria ver
Mas aqueles olhos decidiram
Se o devia ou não fazer.

Morri, talvez.
Na verdade não sei.
Sei que parti,
E para trás tudo deixei.

E tanto que ficou por esclarecer
E tanto que ficou por dizer
Apenas me lembro, na verdade
De perguntar e responder,
Às perguntas que fizera,
E dela a desaparecer.



Fiquei ali parada,
Olhando para o vazio,
Esperando o silêncio
Pensando o impossível
Desvendando um sentimento.

E o que ela me deixou,
Este peso sobre as minhas costas,
Esta carga no meu olhar,
Esta infelicidade interminável.
Esta vida destruída,
Esta marca inapagável.

A última coisa que fiz,
Foi olhar para o vazia,
Para aquele lugar meu,
Fixei-o, olhei para ele,
Para onde antes estivera eu.


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