domingo, 15 de março de 2015



Num calmo fim de tarde, reluziam as margaridas nos campos verdes, e o sol trespassava as paredes de madeira das casas dos campónios, eu me convenci de que era um monstro. E vós me deixastes cair na minha ilusão porque ela vos convinha, porque quanto pior eu fosse, melhor vós éreis, porque quando pior me sentisse, melhor vos saberia a vingança! Ah! Que legitimidade tendes de vos não vos achares monstros? Ah, ou somos todos monstros ou não é nenhum! Quão egoísta, quão cego, quão grande é vosso ego, que vos faz clamar merecedores de respeito!? Que vos permite arrastar as pernas por aí como se de desgraçados vos tratasses!? Se sou um monstro, sim!! E vós vindes atrás de mim. Com vossas lágrimas azedas e vossas morais de gerações, engrenhadas e enraizadas como santos num altar, posso estar mais perto do demónio do que de vosso deus, mas pelo menos não tenho amarras! Pelo menos sou livre de fugir, sou livre de saltar, sou livre de viver modestamente. Não sou como vós, que vestis esse manto, sois eu no manto, pior, sois o demónio no manto! Ah! Como sabe bem o acordar!!

2 comentários:

- inkheart disse...

https://www.youtube.com/watch?v=s9vVbx4QtRk

common courtesy disse...

Não... ;)