segunda-feira, 12 de setembro de 2011

o regresso.

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Estes dias são tão emocionantes... são aqueles dias em que descubro que afinal aquela caneta de que tanto gostava não escreve, e o caderno desaparece... são aqueles dias em que caio na realidade dura e pura, na realidade do trabalho e do stresse, na realidade do levantar cedo e de acordar com o"pi pi pi" irritante que me soa ao ouvido todas as manhãs vindo da mesa de cabeceira, nomeadamente daquela coisa a que chamam despertador. São aqueles dias em que percebo, depois de durante as férias inteiras ignorar isso, que a secretária tem de ser arrumada e que há coisas que, para o lixo ou não, têm de sair de lá, para dar lugar a novas coisas que para o lixo irão ou não no ano a seguir!
Sou como a Daniela, não deito nada fora. Por mais que palavras como "lixo", "tralha" ou "coisas velhas" me seja gritadas, e frases como "dei-ta isso fora", "isso é lixo", "para que é que queres isso?", me sejam berradas, nada embarca para o caixote. Pego no papelinho que atirei durante a aula, no recado, no bilhete, no convite, no autógrafo ou assinatura, olho para ele, vou até ao caixote do lixo, fico meia indecisa do género "vai ou não vai", decido que não, agarro nele e lá vai o sortudo para a caixinha onde estão todos os outros... é que eu... eu faço questão de guardar partes de mim, partes da minha vida, sempre comigo, porque não sou daquelas pessoas que querem esquecer o que são. Para quê deitar fora as coisas que fazem parte de nós? Talvez porque não interessam, porque já não são precisas, como dizem todos. Mas eu guardo os "pedaços de mim", por mais "insignificantes" que sejam, comigo, numa caixa, para nunca mais me esquecer, e um dia relembrar os papelinhos que mandava durante as aulas, os bilhetes de todos os lugares onde fui, as assinaturas dos amigos mais especiais, tudo. Tudo o que eu sou, para um dia recordar com saudade e ter o meu percurso e a minha vida sempre guardados, em algum local para além da minha memória e da memória daqueles para os quais sou importante ou de tanto me odiarem não me esquecem.
E é assim, com esta emoção e ansiedade, que regresso às aulas feliz como sempre e ansiosa pelas próximas férias!

6 comentários:

daniela fernandes disse...

Eu já não vinha aqui há dias, e a escola nem começou assim "a sério"... que será de mim daqui a umas semanas? (Às tantas venho mais vezes! ahahaha)
Oh, que fofinha.. falas ali de mim.. eu compreendo perfeitamente. Já escrevi sobre o assunto, e fazes bem em guardar.. Mal, pelo menos, não faz :o
boa sorte nesse teu regresso ;D
beijinhos,
DF

common courtesy disse...

Ahahaha acho que sim!!
Obrigada, e boa srote também para ti!!!
beijinhoa,
SM

IM disse...

Para mim começaram os dias de «Ó Sofia, despacha-te!», «Olha a hora!», «já te levantaste»», «anda tomar o pequeno-almoço!»...tsssss...e depois, na escola «Ó meus meninos, vamos lá a sossegar que já estamos na aula!», «quem é que não fez o TPC? podemos saber porquê?»...etc, etc...etc...(Ó menina Daniela, já não sente a falta das «jaulas de Filosofia?»...não tenho pressa alguma do livro...lê com calma..)

common courtesy disse...

Ehehehe e para mim começaram os dias "ó mã anda lá que quero chegar à escola um bocado antes do toque", (isto nos dias em que não chego um hora antes, há dois desses pelo menos duas vezes por semana xD). Começaram os dias do "está quase", "já vai", "mais logo", "depois trato disso". E os dias "não me chateies"!!!
Por outro lado, os dias repletos de sorrisos unicamente genuínos, sorrisos que ninguém vê execepto quem me vê numa sala de aula, rodeada de amigos. Essas pessoas, essas sim vêem-me de verdade a sorrir. Essas sim vêem-se genuinamente feliz, e a não a fazer que faço, a esconder os meus sentimentos. Essas sim vêem-se aparvalhada, com a mente no horizonte e o corpo na aula, o pensamento distante e a cabeça perigosamente perto xD. Essas pessoas sim, assistem ao espetáculo mais ridículo do mundo, que é a sofia santos com cara de tacho pasmada a olhar para a parede, sonhando com o futuro, pensando no presente e relembrando o passado, inexplicavelmente compreendendo a matéria, tirando o material minutos depois de isso ser pedido para ser feito, sorrindo aparvalhadamente, dominada pela felicidade única de simplesmente haver um única motivo para sorrir. E no meio da toda a desgraça imaginária, esse minuto é unicamente ouro.
beijinhos
ss

daniela fernandes disse...

ai, ai .. as minhas ricaj' aulinhas de filosofia, já deram o berro, foi o que foi!!!

common courtesy disse...

Eeheheh não digas isso que a minha mãe ainda lê :DDDD