quarta-feira, 3 de agosto de 2011


Sei que quando morrer vou ser mais uma. Mais uma a completar o ciclo, o destino de nascer para morrer. Sei que não vou deixar uma marca eternamente, sei que vivo aqui no "agora", mas que no "depois" ninguém se lembrará que aqui vivi. Talvez por isso, se existirem reencarnações, as pessoas não consigam lembrar-se de quem eram: não há marcas, marcas da nossa existência. Podemos ser actores, mas o filme que fizemos 100 anos depois já não é visto porque os filmes não se fazem assim e tudo acontece como uma sombra que passou sem deixar rasto. Podemos ser escritores, mas a língua muda e já ninguém lê o que escrevemos. Podemos ser pensadores, mas centenas de anos depois o que dissemos já não faz sentido. Podemos nem ser nada disso, e o nosso diário, texto, música ou simplesmente o facto de conhecer-mos muito gente, tornar-se inútil porque anos depois as pessoas que nos conheceram ou as pessoas que ouviram falar de nós através das pessoas que nos conheceram e as outras que lhes sucederam já não se lembram de nós, ou perderam os nossos pertences. Mas faremos nós a diferença no Mundo em si? Mudamos mentalidades, com a nossa forma de ver o mundo? Talvez sim. Talvez não.
Inquieta-me pensar que estou aqui apenas por um tempo, e nunca, jamais, para sempre. A vida pode muito bem ser eterna, mas a humaninade não o é. Se não somos eternos (enquanto terrestres) como podemos guardar connosco a eternidade de um ser que já não está na terra? Com o tempo tudo voltaria a desvanecer-se, como sempre. É pena que assim seja, mas é assim que é. Não temos de aceitar? Não, não temos. Não temos de aceitar. Mas nem tudo na vida se aceita. Não aceitamos, mas temos de nos convencer. Podemos contrariá-lo, fazer tudo para que não aconteça, mas mais tarde ou mais cedo, acontece. Acontece sempre. No entanto, há o que não acontece, e o nosso nome vai soar eternamente na Terra, embora muitos já nem saibam que fomos. No entanto, talvez haja sempre alguém que se lembre de nós. Nem que sejamos nós próprios, na alegada próxima vida. Nós sabemos sempre quem somos, lembramo-nos sempre de quem fomos. Herdamos os traços da outra existência. Em nós, é possível arranjar uma forma de nos lembrar-mos da nossa vida. Talvez fique sempre uma réstia, talvez não.

PS: Bem... eu com este fanatismo por vilões ou fui muito má ou fui actriz... 

8 comentários:

daniela fernandes disse...

"We are just a moment in time"... We really are.
E somos mais uma vida. Uma vida que aqui anda, que se vai. Que é esquecida. Embora nem todos assim pensem. A maioria crê que só acontece aos outros. E, só este ano, é que eu disse para comigo que também ia morrer. De uma forma mais séria. Assimilei bem isso na minha cabeça. E não me inquietou, como achei que inquietasse.
Se fazemos diferença no Mundo? Não sei se entendi a essência da tua questão.. mas creio que sim. Nós mudámos o mundo.
Ouvi na palestra do Sr. Anselmo Borges, amigo da tua mãe, que se fosse possível trazer um homem qualquer que por aqui passou, na Terra, há milhares de anos, ele provavelmente ia achar que estávamos todos tolos (nós, os seres do presente). E porquê? Porque o Homem vai mudando com o passar dos anos. Vamos construindo novas coisas. O que faz sentido deixa de fazer. E com isto, a forma de ver o Mundo varia, as perspectivas mudam e com isso, as mentalidades também.
Nota que se colocasses um cão com milhares de anos, ele se daria muito bem aqui no presente. Porque neles é quase como um ciclo. Mais nada.
Nós temos a capacidade de construir. E por isso tudo muda.

"Nós sabemos sempre quem somos", dizes. Não sei se é tanto assim. Nem sempre... Nem sempre sabemos quem somos, mas com toda a certeza que sabemos mais de nós do que qualquer outra pessoa. Sem dúvida!

"Talvez fique sempre uma réstia..." talvez :D

P.S.: actriz, actriz, actriz, actriz ehehehehe
bjs,
daniela fernandes

daniela fernandes disse...

Esforcei-me para dizer alguma coisa, não sei é se foi de jeito!! Ando mesmo oca! Nem para ler tenho vontade :s

common courtesy disse...

A mim também me inquieta. Não temo a morte, temo o que venha a descobrir depois de morrer. Temo de vou ou não ver outras pessoas. E temo sobretudo que deixe de existir, temo deixar de viver. "A morte não é o oposto da vida. É o oposto do nascimento", mas mesmo assim temo, porque ninguém sabe, que a minha existência, seja ela de qual forma, acabe.
Sim :D Entendeste bem!! :D
Sim, o que eu queria dizer é que, se realmente há uma reencarnação, somos os únicos capazes de saber quem fomos, ou quem somos, no presente, e porque somos. Por exemplo, eu gosto de teatro, sei isso sobre mim, sei que gosto, sei porque gosto, sei se posso ou não deixar de gostar. Posso fingir e os outros podem acreditar, usando da minha capaciade. Apenas eu sei se estou a falar a sério ou não, apenas eu sei o que estou a fazer, a pensar, e apenas eu sou capaz de, juntando fragmentos, porventura descobrir quem fui. Claro que isso não quer dizer que não nos possossmos surpreender, muito pelo contrário. Por vezes conseguimos prever sempre as atitudes dos outros, mas as nossas são muito mais difíceis de prever. E ainda mais que as acções, os pensamentos.
Gosto da palavra talvez... é jeitosa para usar ahahah :D
Beijinhos,
Sofia

PS: Que queres? Todos sonhamos, todos planeamos, todos ambicionamos... tal como não posso contrariar a minha existência, também não posso controlar os meus sonhos. Ambiciono isso. Sonho com isso. Planeio isso. Não posso controlá-lo, não consigo. Sou eu. É o que sou, é o que quero. É impossível desviar-me desse pensamento, assim como de tantos outros. Embora nunca deixe que isso evuluía para uma obcessão. A pessoa nunca sabe o que a vida trará. :)

common courtesy disse...

E não estás nada oca! Tu és é inteligente, não sabes o que escrever, vais pondo frases dos outros e coisas mais leves! USAR A CABEÇA É PRECISO QUE O CABELO NÃO DURA SEMPRE ahahahaha
Beijinhos,
Sofia :D

daniela fernandes disse...

E se é mesmo o que queres, que o consigas!! Que sejas actriz.. e olha menina Sofia, é tratar de fazer um novo vídeo porque eu ainda não perdi a vontade de te ver em accção :D ehehehe

common courtesy disse...

Ahahaha quando surgir a opurtunidade... :D
Ainda ontem vieram cá a casa a Bia, o Dinis e o Edu e foi um gozo... ahaha tivemos a representar e duas horas e meia a jogar CLUEDO (soponho que conheças o jogo, por isso, vagamente, é de descobrir o assassino... misterioso... quem assassinou o anfritrião? É uma festa de gente rica e famosa... todos são suspeitos. Uma arma, um assassino, uma divisão... para descobrir! E era a personagem do Dinis... sinceramente, devia ser eu!!! Ahahaha a minha personagem chamava-se Diane... ahaha nao fazia ideia, descobri ontem, eu costumava jogar com a Kassandra Scarlett, mas desta vez joguei com a White, que sabia lá eu que era Diane White... mas uma risota, para além da Bia a imitar a Eunice, eu a imitar a Diana, o arroto do Edu e a tampa do sumo a cair lá dentro... emfim, bons momentos :D)

daniela fernandes disse...

Eu sei o que é o Cluedo! Aliás , tenho-o aqui em casa. Quando se junta a família, jogam os primos todos!! E às vezes é uma confusão xD

common courtesy disse...

Mesmo... ahahah é o meu jogo perferido, e com a minha capacidade de persuasão quando vêm pessoas cá a casa jogam todos! Ahahaha