Sentes a minha alma que espera por ti todos os dias?

Sentes o meu silêncio devastador, que arde sem dó do que possa acontecer?

Sentes a minha vida um pouco mais vazia, inútil e fria na tua ausência?

Sentes tudo isso a decorrer?

Sentes que o pôr-do-sol está  mais escuro?

Sentes a minha ausência na tua mente?

Sentes a Lua a chegar,

E as palavras chorando em quarto decrescente?
Sentes o bater do meu coração,
E os meus passos, que furiosos,
Partem a madeira sequenciada do chão?

Sentes que o dia acaba a cada noite,

Vivos os sorrisos que me deste,

Mortas as lágrimas que deixaste escapar,

Fantasmas esses de quando não os quiseste.

Vidas que passaram completamente imunes,

Ao futuro e à realidade,

Mentes humanas envenenadas

Puras e indignadas pela verdade?

Sentes, sentes que nos queimamos mais a cada dia?

Sinto que cavo a minha sepultura,

Numa amargura dura e fria.

Acho que não sou apenas mais um rasto na memória que tu sempre tentas apagar,

Desses dias que recuam diariamente,

Nessa alma que se apaga e não se sente,

Nesse frio que domina tudo o que vê,

E nesse escuro em que todos vivem mas ninguém crê?

Tu sorrias de forma diferente,

Animavas as desgraçadas cobardias que ficavam valentes...

Tornavas tudo claro.

Eu sinto isso... com saudade.

E tu, sentes?