Penso palavras perdidas
Pensadas para pecar
Penso pérolas partidas
Palavras punidas por parar.
Penso palavras partidas
Pensadas por poemas
Penso paragens proibidas
Perdidas por problemas.
Procuro por palavras...
Palavras partidas, perdidas, possuídas
Palavras.
Penso palavras.
Penso palavras proibidas.
4 comentários:
Pensas, pensas e penso. Mas em que penso?
Sinceramente acho que pensar pode ser tão fortemente uma virtude como tão dolorosamente um defeito...
Pensar traz virtudes e cria defeitos. Pensar sacrifica, pesa e magoa. Se não pensássemos nas coisas, não sofríamos com elas: "Aquilo que eu fiz naquele dia. Nem quero pensar". Mas pensamos. Pensamos e sofremos. Mas a verdade é que de seguida pensamos e esquecemos, ou se isso nunca acontecer de tanto pensar arranjamos alguma virtude no que fizemos, ou alguma desculpa para que fizemos. Pensar adoeça, mas cria a cura.
Pensar magoa, mas constroi.
Mas até que ponto será bom sofrer, ou até que ponto será bom construir? Aliás... Reformularia a pergunta como "De que maneira será bom construir?"
Pensamos, pensamos sim, mas não pensamos para esquecer. Porque quem pensa, não esquece. Pode no muito, como referis-te, arranjar um "pózinho" para tapar um buraco qualquer que exista... Mas a essencia, essa, estará lá - eternamente (supondo eu que estamos a falar de algo que teve impacto na nossa vida). Só que depois disso, há feridas que não nos convém tocar, então não tocamos... Talvez seja a isso que se chama esquecer, não sei...
Esquecer é a palavra mais vaga que existe porque simplesmente a descrevo como impossível.
Esquecemo-nos de muitas coisas... mas... na verdade será que as esquecemos? O ser humano não era... perfeito? Então... as memórias terão de estar em algum lado... a não ser que a memória infantil (esquecermo-nos de acontecimentos que aconteceram na infância, explicada na medicina) seja mesmo verdadeira. Mas, na verdade... a não ser que se comprove mesmo... onde estão as memórias?
Esquecer é simplesmente impossível.
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